Ando de banda pela vida, torto como a natureza não me fez, de lado feito caranguejo que sou. Olho obliquamente, enviesado, mas nunca pelas esquerdas – ando torto por linhas certas, mas tenho destino conhecido. Caranguejo que sou, vez por outra vejo a maré invadir minha praia, destruir o que construí. Mas tão logo ela recua, eu testo a areia com meus pés finos e canelas secas – e começo a caranguejar de novo. Torto, de lado – mas com rumo certo.