O meu birimbá de ouro

O meu birimbá de ouro (Adaptado de uma ladainha do Mestre Acordeon)

O meu birimbá de ouro, ai mamãi
Eu dexei no Gantuá
Eu dexei cum Minininha
Qu’é pá el’abençuá
É um gunga ripiado
Qui dá gostu di tocá
Eu saí pur essi mundo
Pu tê sina viagêra
Cada port’uma parada
Viveno na capuêra
Amanhã as seti hora
Pá Bahia vô voltá
Vô buscá meu birimbá
Qui dexei no Gantuá,
Camaradinha…

Ei, paraná !
Paraná é terra boa, paraná !
Ei, paraná !
Para lá eu vô voltá, paraná !
Ei, paraná !

Eu vim de ondi num vai

Eu vim de ondi num vai
Pensament’igual o teu
Onde tud’é vaidadi
Mai du meió tu t’isqueceu
Daqueli jogo bunito
Onde joga você e jogo eu
Hoj’alegria da roda
É sabê quem perdeu

Camaradinho…

Anu num cant’im gaiola
Nem bem dento, nem bem fora
Anu num cant’im gaiola
Só canta nu furmiguêro
Anu num cant’im gaiola
Quano vê furmiga fora
Anu num cant’im gaiola

Bentivi i Gamelêra

Bentivi, qual é o barulho
Qui tu tem com Gamelêra ?
Mi diga qual a razão
Dessi tombo da ladêra ?
Mi contaro ôto dia
Lá nas banda du sertão
Qui Gamelêra falô
Qui mi pegô d’arrastão
Mi dissero d’ôta feita
Qui lá nus ladu du porto
Gamelêra diss’a todos
Qui Bentivi tav’é morto
Bentivi, meu camarado
Agora vej’u pur quê
Di tu pegá Gamelêra
I fazê ele descê

Camaradinho

Bentivi butô
Gamelêra nu chão
Butô, butô
Gamelêra nu chão
Tornô butá
Gamelêra nu chão
Butô qu’eu vi

Eu nasci de sete mêis

Eu nasci de sete mêis
Fui criado sem mamá
Já fiz galu botá ovo
Pá galinha discansá
Já fiz panela fervê
Sem tê brasa pá’squentá
Já fiz padi rezá missa
Sem vela nem castiçá

Camaradinho…

Sai, sai, sai
Boa noite pu sinhô
Sai, sai, sai
Boa noite pá sinhora
Sai, sai, sai
Boa noite, vô m’andano
Sai, sai, sai
Vô andan’istada’fora

I era eu, era meu mano

I era eu, era meu mano
Era meu mano, era eu
Eu vi a terra moiada
Mai num vi quano chuveu
Vi rastêra puxá nego
qui nem’stava nu jogo
Eu vi fumaça subi
Mai num vi siná de fogo
Eu vi água subi morro
Sem tê vento pá soprá
Capuêra tem mistéro
Qui num si pod’ixplicá

Camaradinho…

Ai xaréu, xarelete
é peixe do má
Ai xaréu, xarelete
é peixe do má
Ai jangada boiano
é peixe do má
Ai a rede pesada
é peixe do má
O dinhêro no fundo
é peixe do má
A canoa emborcada
é peixe do má

Água mole

Água mol’em peda dura
Água mol’em peda dura
Vai bateno got’a gota
Vai bateno até qui fura
Si conseio fosse bom
Ninguém dava, só vendia
Musquit’em boca fechada
Num entrava e nem saía

Camaradinho…

Anum num canta in gaiola
Nem bem dento, nem bem fora
Anum num canta in gaiola
Só canta nu furmiguêro
Anum num canta in gaiola
Quano vê furmiga fora

Amigo meu, sua palava valeu

Amigo meu, sua palava valeu
Amigo meu, sua palava valeu
U’a peda deu na ôta
Seu coração deu nu meu
Vô dizê a meu amigo
Hoji a parad’é dura
Queim amá mulé dos ôto
Num tem a vida sigura
Vi a band’entá na praça
Tocadô bateno bumbo
Bêjo de moça casada
Sempi tem gostu di chumbo

Camaradinho !

Nego, nego, nego, nagô !
Cort’a língua do nego nagô !
Nego, nego, nego, nagô !
Ai o nego é danad’é ligêro, nagô !
Nego, nego, nego, nagô !
Ai o nego é marvad’cabicêro, nagô !
Nego, nego, nego, nagô !

egoista, e verifique a verdade, é uma luta infinita, em resumo, a difinição geral e abstracto que caracterisa cada existencia, e cada ser. A luta provida pelo puro egoismo, é como a luz da razão; é violenta, feroz e brutal. Ao contrario, a simpatia é que a ilumina. Graças a Deus, e aos amigos de bôa vontade. Apezar de tudo, ignorando a luta sustentada no ambiente agitado e incerto, a opinião geral dos camradas proclamava as finanças durante ao anos de 1941 a 1952, não acreditava muitos dos meus camaradas que pudesse registrar a capoeira na Bahia. Ora, a pior impressães, que lhe faltava, era a bôa fé para acreditarem nele mesmo. Hoje tudo bem diferente do que imaginava, dei minha palavras, e os meus sacrificios: por organisar este Centro de capoeira angola ai ja dou como resposta ao a dispeitados. São centenas de capoeiristas, e observadores, sabia que a capoeira ja estava no nível baixo amofinando-se, perdendo o seu valor, e hoje,

mestres que visitassem o Centro. Nunca perdi meu animo, sempre alegre com todos que perguntasse pelo Centro, não respondia fraqueza. Então procurei reunir vários camaradas que andavam dispersos aqui e aculá, mais com muita dificuldade. Dos meus melhores na menina dos meus olhos, sem amor ao esporte, sempre fugindo, sempre sou procurado, como procuro e convido para o completo futuro dos nossos sucessores. Aqui juntos e unidos tenho até hoje, a idéia física. Ofereço-vos a todos os meus amigos , tem compreendidos com força e coragem, e vontade;estas são minhas palavras e o meu sistema .Uma resolução corajosa: é preciso que tenhamos todos por um e um por todos, é a pratica desta ciência, meus camaradas, vos mesmo não sabes o que tens em se, se é seu, a natureza ti deu, procure aperfeiçoá-lo, confiem em si, ame o seu esporte, e não seja egoísta ao

Eu sempre tive em mente que a capoeira precisava de um generoso instrutor, com a presença minha, apontei o destino de levar ao futuro, assumir diversa atitude: Pelo amor ao esporte; e a luta constitui caminho para a divina realização e recebeu o nome de “Centro Esportivo de Capoeira Angola” como patrimônio sagrado; a movimentação do qual preparam o caminho da perfeição. Convém não esquecer, que o orientador foi o velho, Pastinha, que sobe; saber desejar com vontade, presidente merecimento justo. Isto não aconteceu com os que de principio estiveram comigo, eles o abandonaram, não acreditaram neles mesmo, e assim, o orientador enfrentou com um pequeno numero de capoeiristas, que alimenta minha vontade, e todos meus alunos. Nunca tomei conhecimento dos que não estão comigo, sim, porque a capoeira não me é privilegio, o Centro é para todos que visitar, jogar fazer parte; eu não desanimava, jogava com todos