Lá im cima fica o céu

Lá im cima fica o céu (Teimosia)

Lá im cima fica o céu
Cá rua drumo ao léu
Jiló marga feito fel
Abeinha faz é mel

Camaradinha…

Eu fui nu mato caçá
Cum meu cachorro perdiguêro
Ele acuô num buraco
Saiu tatu verdadêro
Panhei tatu, dei tatu
Mandei pu Ri de Janêro
Panhei tatu, dei tatu
Botei tatu nu fumêro
Panhei tatu, dei tatu
Vendi tatu a dinhêro
E quem manda no carro ?
É o carrêro !
E quem manda no carro ?
É o carrêro !

Mininu, qui vendi aí ?

Mininu, qui vendi aí ? (Conforme gravações dos Mestres Traíra e Cobrinha Verde)

Mininu, qui vendi aí ?
É arroz di Maranhão
Meu sinhô mandô vendê
Na cova de Salamão
Sô discipo qui aprendo
Meu mesti mi deu lição
Quano batêro na porta
Lá di dent’arrespondeu
Era força di Sansão
I oração de São Mateus
Quano manheço zangado
Quem podi cumig’é Deus

Camaradinho…

Lá im casa tem varanda
Varanda pá vadiá
Ê, varanda boa !
Varanda pá vadiá
Varanda boa
Varanda pá vadiá

Sinhô dono da casa

Sinhô dono da casa (Adaptado “Desafio do Auto da Catingueira”, de Elomar Figueira de Mello)

Sinhô dono da casa
Cantadô pedi licença
Prá tocá viola mansa
Aqui na sua presença
Vim lá das banda du norti
Cum permissão da sentença
Cumprino mi’a sina forti
Já pru muitos cunhicida
Buscano a ilusão da vida
Ô u martelo da morte
I das duas a prifirida
Qui mi mandá minha sorte

Camaradinha…

Có-có-có
Cantiga de galu
Có-có-có
Di galu carijó
Có-có-có
A galinha correu
Có-có-có
Nu pulêro é mió

Na ladêra du Tabuão

Na ladêra du Tabuão
eu caí, iscurreguei
quano fui pá levantá
pocurei a cadeira, num achei

Camaradinho…

A cancela bateu, eu vou embora
Vou embora, vou embora
A cancela bateu, eu vou embora
Vou nesse mundo sem fim
A cancela bateu, eu vou embora
Vou embora, vou embora

Tenhu corpu fechadu

Tenhu corpu fechadu
Mi pegá né moli não
Não usu rôpa dos ôto
Não impresto meu drobão
Sapato com presa dentu
No meu pé num ponho não
Fora di casa só durmu
C’um ôio fechado ôto não
Não comu cumid’alhea
Nem si fô só águ’i pão
Em dia de roda num bebo
Em mulé não ponho a mão

Camaradinho…

Me dá meus tostões
Entre os dedos da mão
Em jogo que tem tostões
Tem dois tostões valentão !

Mi’a mãi tinha três fi

Mi’a mãi tinha três fi
Eu er’o mais assussegado
Saia boca da noite
Chegava de madrugada
Na roda da capoeira
Nunca dei meu gorp’errado

Camaradinho….

Vô m’imbora, vô m’imbora
Mata tenho qui passá
Vô m’imbora, vô m’imbora
S’iaiá quisé mi vê
Vô m’imbora, vô m’imbora
Ponha seu barco nu má

Toda a Bahia chorou

(Mestre Ezequiel)

Toda a Bahia chorou
No dia que a Capoeira de Angola
Perdeu seu protetor
Mestre Pastinha foi embora
Oxalá quem o levou
Lá prás bandas de Aruanda
Mas ninguém se conformou
Chorou general e menino
Chorou mocinha e doutor
Preta velha feiticeira
Ogã e babalaô
Berimbau tocou sereno
Um toque triste de morte
A capoeira foi jogada
Ao som da triste canção
E da boca do mandingueiro
Do fundo do coração
Não houve na Bahia
Quem não cantasse esse refrão
Vai lá, menino !
Mostre o que o mestre ensinou
Mostre que arrancaram a planta
Mas a semente brotou
E se for bem cultivada
Dará bom fruto e bela flor

Camaradinha…

Ai, ai, aidê
Joga bonito, eu quero aprender
Ai, ai, aidê
Joga bonito, eu quero aprender

Lá atiraram na cruz

Lá atiraram na cruz
Eu di mim num sei quem foi
Si acaso fui eu mesmo
Peço à cruz que mi perdôi
Bizôro caiu no chão
I fez qui tava deitado
A puliça foi entrando
El’atirô nu soldado
Vá brigá cum caranguejo
Qu’é bicho qui num tem sangue
Puliça si tu qué briga
Vamo pá dentu du mangue

Camaradinho…

Balanço du má, navio negrêro
Antigo reino du Congo deu cultura pu Brazi
Balanço du má, navio negrêro
Antigo reino du Congo deu cultura pu Brazi

Quano vê cobra’ssanhada

Quano vê cobra’ssanhada
Num ponha pé na rudia
Qui cobra’ssanhada mordi
S’eu fossi cobra murdia
O moço casa c’a moça
Quano tem amô pur’ela
U qui põe moç’a perdê
É casa di muita janela

Camaradinho…

Eu vi jararaca no cajuêro
Sinhô mandô matá
Eu vi jararaca no cajuêro
Sinhô mandô matá
Eu vi jararaca no cajuêro
Sinhô mandô matá